A vida com diabetes

Resolvi escrever este blog com base nas experiências que tenho com meu filho, que é diabético desde os 10 meses de idade.

segunda-feira, 20 de dezembro de 2010

Hiper noturna

Ultimamente Fe tem tido noites complicadas, com valores de glicemia muito altos durante a madrugada.
Já aumentamos a taxa de insulina basal, mas o efeito foi muito discreto.
Não sei se devemos aumentar mais as taxas da basal, mas preocupa muito o que está acontecendo.
Não conseguimos achar nenhuma relação com qualquer coisa. A rotina da noite continua a mesma dos ultimos anos.
Ele sempre tomou leite antes de dormir para evitar hipos noturnas.
De repente algo mudou.
O mais estranho é que a glicemia não baixa mesmo aplicando quantidades de insulina relativamente altas. Há noites em que aplicamos mais de 1U para corrigir a hiper, mas mesmo assim a glicemia continua alta.
Complicado.

Tratamento com a bomba e contagem de CHO

A rotina do tratamento com a contagem de CHO é bem exigente.
Veja como é a nossa rotina:
- Fe acorda
- medimos a glicemia na ponta de dedo
- calculamos a quantidade de CHO do café da manhã
- informamos na bomba o valor da glicemia sanguinea e a quantidade de CHO que será consumida. A bomba mostra a estimativa da quantidade de insulina que será aplicada
- depois de duas horas, se o valor da glicemia estiver muito alto, a bomba aciona um alarme para que nós possamos fazer outra medição na ponta de dedo e corrigir a hiperglicemia. De forma parecida, se a glicemia baixar muito ele emite um alarme e podemos fazer a correção para evitar uma hipo severa.
- na hora do almoço pesamos tudo o que ele vai comer. Calculamos a quantidade de CHO.
- fazemos outra medição na ponta de dedo.
- informamos a glicemia e a quantidade de CHO da refeição e novamente a bomba calcula quanta insulina será aplicada.

É assim a nossa rotina com a bomba de insulina e a contagem de CHO. No início é um pouco estranho ter de pesar toda a comida. É claro que uma boa balança facilita muito esta tarefa.
Outra coisa importante é ter uma boa tabela de alimentos informando a quantidade de CHO.
Não é um bicho de sete cabeças.
O sensor de glicose é um grande aliado no controle das glicemias mas às vezes é um pouco cansativo porque ele realmente avisa quando há alguma variação acima ou abaixo dos limites determinados, e não importa a hora. Mas agradeço por ele existir.

Tratamento com a bomba de insulina 2

Mais informações sobre o uso da bomba.

Tivemos de trocar de aparelho depois de um ano de uso. Felizmente, não houve custo para nós. Apenas o estresse de ficar sem o aparelho.

A grande vantagem de se usar a bomba é que fica muito fácil fazer correções para as hiperglicemias. Podemos fazer várias correções por dia.

Outra grande vantagem é a possibilidade de programar basais diferentes. Assim, para cada período do dia ou da noite é possível definir quanta insulina será aplicada como basal. Por exemplo, se percebemos que durante a madrugada a glicemia dele sobe muito podemos aumentar o nível da basal durante um intervalo. A bomba permite até 8 níveis diferentes num intervalo de 24 horas.

Conseguimos obter os insumos para a bomba através de um processo judicial. Com isso, recebemos o reservatório para insulina, o catéter e o sensor de glicemia. Todo mês vou ao posto de dispensação da Secretaria da Saúde para pegar os insumos. Uma grande tranquilidade.Da mesma maneira é possível obter as insulinas que não são disponibilizadas pelo SUS, com o Lantus, Levemir e as ultra rapidas como a Humalog, Apidra, ou Novorapid.

Tratamento com bomba de insulina 1

O Fe está usando a bomba de infusão de insulina desde dezembro/2007.
Em março/2008 ele começou a usar o CGMS Real Time.

Desde que ele começou a usar a bomba pude notar várias coisas:

1 - manter o sistema é muito caro, principalmente se você é quem paga por tudo.
2 - a despeito de muitas coisas que li na Internet, no Orkut, e outros foruns, é possível melhorar o controle da diabetes usando a bomba. Antes de tudo começar, eu tinha dúvidas se realmente era verdade que o controle da diabetes teria uma melhora tão sensível, mas depois de ver os resultados, sou obrigado a admitir que funciona.
3 - você é quem cuida de tudo. Continua medindo a glicemia na ponta de dedo, continua controlando a quantidade de insulina a ser aplicada para o bolus e continua controlando a alimentação.
4 - a cada 3 ou 4 dias você precisa trocar a cânula, que fica conectada a você 24x7. É por aí que a insulina entrará no subcutâneo. No caso do Fe, um ponto de inserção pode ser usado até 4 dias. Isso varia conforme a localização se mais, ou menos sensível. Quanto mais resistente o subcutâneo, maior é o tempo de manutenção da cânula no mesmo ponto de inserção.
5 - para tomar banho é preciso desconectar a bomba. Isso significa que o tempo em que você está no banho, você fica sem insulina uma vez que a bomba é responsável pela insulina basal também.
6 - isso limita consideravelmente o tempo que um usuário de bomba pode ficar dentro da piscina, debaixo dágua, também não é recomendável ficar muito tempo com a bomba exposta diretamente ao sol, assim, prolongados banhos de sol, com a bomba tomando sol junto, não são recomendáveis.
7 - como a bomba usa apenas um tipo de insulina, tanto para basais quanto para bolus, a ação da insulina fica mais previsível.
8 - com um pouco de cuidado, as crianças podem usar a bomba. É claro que se a criança pratica algum esporte de contato físico mais forte (artes marciais, por exemplo) é melhor retirar o dispositivo durante a prática.