A vida com diabetes

Resolvi escrever este blog com base nas experiências que tenho com meu filho, que é diabético desde os 10 meses de idade.

sábado, 27 de setembro de 2014

O novo aparelho de infusão

Recebemos o novo aparelho de infusão.
A Paradigm Veo, como é chamada aqui, tem ajustes mais finos para a liberação de insulina.
Não podemos nem retirá-la da caixa sem a presença de educadora da Medtronic. Eu entendo. É a única maneira de garantir que o produto foi entregue sem problemas ao cliente, e sem o produto veio com algum problema, é a forma que eles tem de ter certeza de que o problema não foi criado pelo cliente. Não posso culpá-los por terem de tomar tais medidas.
O problema é o tempo que leva para um educador entrar em contato com você agendando a "instalação" da bomba de infusão. Fico imaginando como seria se eu estivesse numa situação de emergência. Bom eles diriam, numa situação de emergência, você deveria estar aplicando a insulina através de seringas, e não esperando a bomba de infusão. É isso que diriam.
Então, fico pacientemente aguardando até o dia marcado para a instalação da bomba...

Diferenças em medições

Tenho visto muitas pessoas relatando diferenças nas medições de glicemia sanguínea feitas com os mais diversos aparelhos.
Infelizmente essas diferenças são aceitáveis. Os nossos aparelhos não são tão precisos assim. Por diversos motivos diferenças de até 20, 30mg/dl são aceitáveis, acreditem ou não.
Já passei por uma situação difícil de entender: fiz duas medições usando o mesmo aparelho, com o sangue que saiu do mesmo furo de dedo, com apenas alguns segundos de diferença, mas a diferença na medição foi de quase 20 mg/dl. O mesmo aparelho, o mesmo lote de tiras reagentes e praticamente a mesma gota de sangue. Na época esses 20 mg/dl correspondiam a uma diferença de quase meia unidade de insulina a ser aplicada, ou deixar de ser aplicada.
É claro então que diferenças entre medições em aparelhos diferentes são praticamente "esperadas". Hoje em dia eu fico admirado quando encontro exemplos de duas medições iguais feitas em aparelhos diferentes. Considero a chance disso acontecer muito pequena. Já vivi situações em que a diferença entre aparelhos foi de mais de 60 mg/dl.
Pois é, a despeito de todos os milhões gastos no desenvolvimento dessa tecnologia ainda estamos longe de uma situação ideal.

terça-feira, 23 de setembro de 2014

Mudando de aparelho

Decidimos trocar o aparelho de infusão do meu filho.
O aparelho atual está com problemas na seta para baixo e apareceu uma rachadura perto do visor. Isso está começando a nos preocupar.
Outro ponto é que a Medtronic garante o aparelho por 4 anos. E o nosso já tem 5. Conseguimos junto ao representante um desconto muito bom para fazer o upgrade para um modelo mais novo. Por sorte todos os insumos usados no modelo atual continuam servindo para o modelo novo.
Algumas coisas mudaram. As doses para a insulina basal ficaram mais precisas e é possível configurar as doses em centésimos de unidade. A mesma coisa para os bolus de correção e alimentação. Pode parecer preciosismo, mas se eles conseguem trabalhar com doses tão pequenas, então para as doses maiores ela deve estar muito mais precisa.
Voltamos a ter a garantia de 4 anos e daqui a mais 4 anos podemos trocar por outra com desconto de novo.
Um aparelho novo custa R$15.000,00. Com o desconto passou para R$7.500,00 podendo ser pago em 10 parcelas. Ficou mais viável.
Agora, vamos esperar. Tomara que dê tudo certo.

quarta-feira, 3 de setembro de 2014

Estresse e descontrole

Estamos passando por uma situação complicada.
A glicemia do meu filho oscila muito de acordo com o nível de estresse ao qual ele é submetido. A vida escolar não é fácil, como nós sabemos.
Provas, professores chatos, colegas chatos, sobrecarga de trabalhos, exigências por notas boas, cobranças sobre o comportamento na escola, tudo isso tem influência na forma como nosso organismo trabalha. Mas isso assume uma caráter importante numa criança com DM1 com uma sensibilidade aguçada.
Todos os dias em que ele vai à escola, a glicemia começa a subir. Passa facilmente dos 200 mg/dl e mesmo com as devidas correções ela não cede...
Depois vem a hora do intervalo em que ele come o lanche com outra correção.
Assim, ele fica com toda essa insulina circulando no organismo.
As situações de estresse disparam em nosso organismo uma série de medidas para tentar melhorar nosso desempenho nesses momentos difíceis. A liberação de adrenalina e cortisol fazem com que o fígado libere glicogênio, que faz com que a glicemia suba rapidamente. Por outro lado, o cérebro dá um jeito de fazer com que a insulina funcione mais lentamente para manter o nível de açúcar mais alto para garantir mais energia para ele mesmo. O problema é quando o momento de estresse acaba.
Toda aquela insulina que estava circulando passa a agir de uma vez. Aí vem a hipoglicemia.
Numa pessoa não diabética existem mecanismos para compensar a hipoglicemia. O pâncreas libera glucagon que inibe a ação da insulina e faz com que o fígado libere mais glicogênio para regularizar a hipoglicemia. Como nos D1 esse mecanismo não funciona, a tendência é que a hipoglicemia apenas vai piorando até que a pessoa simplesmente apaga...
O ideal é não passa por situações estressantes. Mas como evitá-los?