A vida com diabetes

Resolvi escrever este blog com base nas experiências que tenho com meu filho, que é diabético desde os 10 meses de idade.

domingo, 21 de fevereiro de 2010

O diagnóstico

Fê tinha 10 meses de idade quando foi diagnosticado diabético tipo 1. Foi em fevereiro de 2004, carnaval.
Na nossa ignorância achamos que fosse uma virose pois ele estava vomitando, com febre baixa, um pouco desidratado... e mesmo bebendo muita água não desconfiamos de diabetes.
Sempre achei que diabetes fosse um problema para pessoas mais velhas, com hábitos alimentares ruins, vida desregrada, coisas assim.... como eu disse, ignorância pura.
Minha esposa queria que o Fê fosse levado na noite de sexta-feira. Como sou excessivamente cauteloso disse a ela que seria melhor esperar até o amanhecer, afinal era sexta-feira, antes do carnaval, gente louca andando de um lado para outro, bêbados, etc. Mas, as coisas aconteceram de tal forma que não foi possível esperar até o amanhecer. À 1 da manhã no sábado Fê estava quase inconsciente... saímos correndo.
O diagnóstico foi feito no hospital Sabará, em São Paulo, na madrugada do sábado, com direito a uma cetoacidose grave, internação de quatro dias, e com o Fê tão fraco que ele nem reagiu enquanto a enfermeira procurava uma veia para colocar a agulha do soro nele.
Ele estava tão debilitado que tiveram de colocar o soro, inicialmente, na cabeça, na veia localizada no alto da testa. Nunca vou esquecer isso... ele nem chorou, estava quase desacordado. Não tinha forças para reagir, nem chorar.
Quando os resultados dos exames ficaram prontos, o médico responsável pelo plantão veio "correndo" para providenciar a troca do soro. Tirou o glicosado pelo soro com sódio apenas.
Quando ele nos contou que o Fernando tinha diabetes, a nossa reação foi relativamente tranquila, tão tranquila que o médico perguntou se realmente fazíamos idéia do que isso significava. E de novo por conta da nossa ignorância, achamos que seria simples, bastava que ele não comesse doces, fizesse a dieta, e tudo estaria bem... e lembro que ele olhou com piedade, dó mesmo, para nós e disse que pediria ao endócrino que nos procurasse para uma conversa mais detalhada.

Sempre seremos gratos à médica que desconfiou do quadro. Teve o cuidado de observar o hálito do Fê para perceber a cetoacidose, e pediu o hemograma completo, incluindo a glicose. Tenho certeza de que foi isso que salvou a vida dele.

Muito obrigado realmente.
Isso prova que um bom profissional sempre faz a diferença.

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